Já parou para pensar que assinar qualquer tipo de documento exige cuidado e cautela? Pois é. O ato que parece bobo para muita gente pode se transformar em dor de cabeça, em caso de fraude. Em Minas Gerais, para se ter noção, foram registradas 855 ocorrências por fraude em documentos nos últimos dois anos, sendo 173 em Belo Horizonte. Já os crimes de falsidade ideológica chegaram a 1.846 ocorrências, dessas, 364 aconteceram na capital.

Para evitar esses tipos de crime, o diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Marco Paiva, dá algumas dicas. "A assinatura tem que apresentar elementos que dificulte a falsificação. Quando você faz uma assinatura pequena, você pode constatar que ela é falsa, mas é muito mais complicado. Se for mais longa, vamos ter mais chances e grandes possibilidades de comprovar a falsificação. Quanto mais elementos gráficos ela tem, mais fácil de identificar a autoria e mais difícil de falsificar", ensinou. 

Dicas na hora de assinar um documento
• Faça a assinatura sempre por extenso – quanto maior, melhor
• Use elementos gráficos – eles ajudam na identificação
• Faça a assinatura mais contínua – evite tirar a caneta do papel muitas vezes
• Prefira usar caneta esferográfica
• Nunca assine papel em branco – não é possível identificar a data da assinatura
• Se possível, use um carimbo junto à assinatura.

Conforme Paiva, atualmente existe seis tipos de falsificação de assinatura: 

• Exercitada: quando a pessoa fica treinando para que a assinatura saia igual; 
• Modelo à vista – o falsário tem um modelo e fica tentando imitar; 
• Decalque direto – quando se coloca um papel sobre a assinatura autêntica e copia; 
• Decalque indireto – usa-se um carbono ou um grafite para fazer a cópia; 
• Escanear – quando se escaneia a assinatura ou imprime; 
• Sem imitação – a pessoa não conhece a assinatura e cria uma falsa;
• Memória – o falsário conhece e vê a pessoa assinar documentos várias vezes, guardando na memória.

assinatura de documento
Minas teve 855 ocorrências por fraude em documentos nos últimos dois anos

O delegado Hugo Arruda orienta a procurar a delegacia mais próxima se suspeitar de que teve a assinatura falsificada. "Imediatamente, será instaurado inquérito e as investigações serão iniciadas. Acionamos o Instituto de Criminalística para realização da perícia e ouvimos todos os envolvidos. Normalmente, a falsificação de documentos é usada para obtenção de ganhos ilícitos. Este crime normalmente está relacionado à prática de outras ações criminosas, que podem facilitar a prisão dos falsários", ressaltou o delegado Hugo e Silva.

A pena para a falsificação de documentos públicos varia entre dois e seis anos. Para documentos particulares e crime de estelionato, a pena varia entre um e cinco anos