A avaliação sobre as condições do mercado de trabalho usualmente se baseia na taxa de desemprego,
medida como a razão entre o total de pessoas desocupadas sobre a população economicamente
ativa. Entretanto, esse conceito apresenta algumas limitações, pois não consegue cobrir todas as
formas de precarização do trabalho e dos potenciais trabalhadores que desistem de procurar emprego
frente à situação econômica adversa.
• Nesse contexto, o IBGE divulgou recentemente uma série de indicadores que buscam caracterizar
a subutilização da força de trabalho e a desistência da busca por emprego no mercado de trabalho.
• No período recente, houve aumento não apenas do número de desocupados, mas também dos
trabalhadores subocupados e de pessoas na força de trabalho potencial. Além disso, houve redução
da formalização do mercado de trabalho, refletindo o crescimento da busca por atividades informais
alternativas ao emprego formal.
Cresceu também a contratação temporária de trabalhadores (muito
associada à informalidade), como maneira de evitar custos de contratação e demissão, e do percentual
de empregados domésticos buscando ampliar sua fonte de renda em mais de um emprego.
• Acompanhar tais indicadores e outros mais, que possam ser construídos a partir da PNAD Contínua
conforme a mesma seja expandida, se faz necessário para entender como as famílias são afetadas
pelo desempenho da atividade econômica.
Desempenho do setor imobiliário continuará sendo muito importante para a economia
chinesa nos próximos trimestres
• A economia chinesa tem mostrado um ritmo de crescimento mais forte do que apontavam nossas
projeções meses atrás. Isso se deve aos estímulos fiscais e monetários que ainda estão presentes,
a despeito dos ajustes estruturais que deveriam ter avançado, dos riscos decorrentes do aumento
do endividamento e do excesso de capacidade instalada em diversos segmentos industriais.
• O resultado do PIB do terceiro trimestre, conhecido nesta semana, reforçou a estabilização da
economia verificada neste ano, acumulando três trimestres seguidos com expansão de 6,7%. Assim,
a meta de crescimento de 6,5% do PIB poderá até ser superada neste ano, ainda que alguns ajustes
em curso, especialmente no mercado imobiliário, possam levar a um arrefecimento do ritmo atual
de expansão daqui em diante. Apesar do crescimento continuar favorável nos próximos meses, com
poucos riscos no curto prazo, as preocupações com o médio prazo continuam crescendo com a
postergação do enfrentamento de desequilíbrios estruturais.
• Entendemos que os riscos para o crescimento continuam levemente assimétricos para baixo. Dentre
estes, é possível destacar: (i) a nova rodada de depreciação do renmimbi (que acumula perda de mais
de 1% em outubro e de 3,7% no ano), que pode levar a uma nova saída de capital; (ii) a resposta
às medidas impostas ao setor imobiliário, que podem ser mais ou menos fortes do que o necessário
e (iii) o endividamento crescente das empresas, diante da ampla oferta de crédito verificada neste
ano.
Vale dizer que os novos empréstimos acumularam expansão de 12,2% até setembro, sendo
que as concessões feitas pelos bancos cresceram 11,2% e os novos empréstimos concedidos pelo
chamado shadow banking avançaram 15,1% no período.
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