segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Conjuntura econômica

A avaliação sobre as condições do mercado de trabalho usualmente se baseia na taxa de desemprego, medida como a razão entre o total de pessoas desocupadas sobre a população economicamente ativa. Entretanto, esse conceito apresenta algumas limitações, pois não consegue cobrir todas as formas de precarização do trabalho e dos potenciais trabalhadores que desistem de procurar emprego frente à situação econômica adversa. 

• Nesse contexto, o IBGE divulgou recentemente uma série de indicadores que buscam caracterizar a subutilização da força de trabalho e a desistência da busca por emprego no mercado de trabalho. 

• No período recente, houve aumento não apenas do número de desocupados, mas também dos trabalhadores subocupados e de pessoas na força de trabalho potencial. Além disso, houve redução da formalização do mercado de trabalho, refletindo o crescimento da busca por atividades informais alternativas ao emprego formal. 

Cresceu também a contratação temporária de trabalhadores (muito associada à informalidade), como maneira de evitar custos de contratação e demissão, e do percentual de empregados domésticos buscando ampliar sua fonte de renda em mais de um emprego. 

• Acompanhar tais indicadores e outros mais, que possam ser construídos a partir da PNAD Contínua conforme a mesma seja expandida, se faz necessário para entender como as famílias são afetadas pelo desempenho da atividade econômica. Desempenho do setor imobiliário continuará sendo muito importante para a economia chinesa nos próximos trimestres

 • A economia chinesa tem mostrado um ritmo de crescimento mais forte do que apontavam nossas projeções meses atrás. Isso se deve aos estímulos fiscais e monetários que ainda estão presentes, a despeito dos ajustes estruturais que deveriam ter avançado, dos riscos decorrentes do aumento do endividamento e do excesso de capacidade instalada em diversos segmentos industriais.

 • O resultado do PIB do terceiro trimestre, conhecido nesta semana, reforçou a estabilização da economia verificada neste ano, acumulando três trimestres seguidos com expansão de 6,7%. Assim, a meta de crescimento de 6,5% do PIB poderá até ser superada neste ano, ainda que alguns ajustes em curso, especialmente no mercado imobiliário, possam levar a um arrefecimento do ritmo atual de expansão daqui em diante. Apesar do crescimento continuar favorável nos próximos meses, com poucos riscos no curto prazo, as preocupações com o médio prazo continuam crescendo com a postergação do enfrentamento de desequilíbrios estruturais. 

• Entendemos que os riscos para o crescimento continuam levemente assimétricos para baixo. Dentre estes, é possível destacar: (i) a nova rodada de depreciação do renmimbi (que acumula perda de mais de 1% em outubro e de 3,7% no ano), que pode levar a uma nova saída de capital; (ii) a resposta às medidas impostas ao setor imobiliário, que podem ser mais ou menos fortes do que o necessário e (iii) o endividamento crescente das empresas, diante da ampla oferta de crédito verificada neste ano. 

Vale dizer que os novos empréstimos acumularam expansão de 12,2% até setembro, sendo que as concessões feitas pelos bancos cresceram 11,2% e os novos empréstimos concedidos pelo chamado shadow banking avançaram 15,1% no período.

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